segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Coisas que eu não gosto II: piadinhas de gaúcho

Veja bem, não é que eu não goste de piadinhas de gaúcho, acho algumas até bem engraçadas. O que eu não gosto mesmo é essa espécie de revolta juvenil contra a paternidade que imagino eu foi a criadora dessa coisa toda. Vou tentar explicar, siga meu raciocínio.
Podemos dizer que o gaúcho como povo só se concretizou por meados do século XVIII, da mistura principalmente de bandeirantes, guaranis, portugueses e espanhois. A partir de então passaram não só a defender o território português como aumentá-lo. Depois da independência do Brasil começou a nossa saga de disseminação de gens. Acompanhe.
Por volta de 1835 invadimos o leste de Santa Catarina, anos mais tarde, nossos agricultores colonizaram o oeste. Por volta de 1893 invadimos o leste do Paraná, anos mais tarde colonizamos o oeste. Por volta de 1896, durante a guerra de Canudos, 1/3 do exército brasileiro era de gaúchos, então, provavelmente deixamos nossos gens por lá, embora deva ter sido difícil de encarar as mulheres do interior bahiano da época, mas vá lá (quero deixar bem claro que o axé music não é culpa nossa). Por volta de 1925 a coluna Prestes percorreu mais de 24 mil Km pelo interior do Brasil, e lá se foram nossos gens junto. Em 1930 amarramos nossos cavalos no obelisco, tomando conta da capital. E em 1932, na revoluçãozinha paulista, tivemos que subir de novo.
Então, não sei bem ao certo quando começaram a surgir essas piadas, mas essa é a típica reação revoltada de um filho, neto ou bisneto que não sabe ao certo se suas progenitoras cederam a um homem barbudo de chapéu, botas, esporas, bombachas, armado e montado em um belo cavalo ou a um funcionário público de terninho e cabelo lambido.
Opinem, ou não.

Um comentário:

  1. Alex, que textos legais! :D

    Também não gosto dessas piadinhas de gaúcho! Humpf!

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